Orientação para a Internação

Internação

Cada pessoa é única e precisamos respeitar suas particularidades e seus limites. A experência nos mostra que o período de tratamento previsto é de 120 a 180 dias. Durante o período de estadia o paciente é responsável por seus pertences e pela manutenção do seu espaço individual e coletivo. Recomendamos que o paciente traga: Vestuário: cinco peças de camiseta, bermuda, cuecas e meias, duas peças de calças jeans, conjunto de moleton, tênis e chinelos. Roupas de cama: um travesseiro, duas peças de fronha e lençol, um cobertor. Itens de higiene pessoal: escova de dentes, pasta, sabonete, shampoo, desodorante não líquido (não trazer perfume), etc.

Terapia Ocupacional

Através de diversas atividades procuramos incentivar que o paciente encontre prazer em outras atividades e as utilize para substituir o uso da droga. Além disso, estas atividades mantém o paciente ocupado e concentrado em sua recuperação durante o período de desintoxicação. Dessa forma, incentivamos diversas opções para que o próprio paciente descubra em qual delas se sente mais a vontade, como pintura, música, pesca, artesanatos em geral, dinâmicas em grupo, jogos de tabuleiro, jardinagens ou qualquer outra atividade que o paciente já desenvolva e seja possível continuar a exercer dentro da comunidade.

Família

A dependência química não se restringe a trazer danos somente ao próprio dependente, mas prejudica todo o ambiente familiar, de modo que as pessoas que convivem com o dependente também adoecem. Desta forma, também temos o compromisso de orientar, informar e suportar a família durante e após o tratamento do paciente. Acreditamos que desta maneira podemos criar as condições necessárias para que o paciente, no seu retorno ao convívio familiar, possa manter a sobriedade a longo prazo.

Tratamento Dependência Química

A dependência química é uma doença e considerada como um Transtorno Mental. Os dependentes químicos são vistos como pessoas fracas, de pouca força de vontade, sem bom senso e sem sabedoria. Porem, quando consideramos como uma doença, podemos olhar sob outra perspectiva: de que se trata de um transtorno em que o portador desse distúrbio perde o controle do uso da substância, e sua vida psíquica, emocional, espiritual, física vão deteriorando gravemente. Nessa situação, a maioria das pessoas precisa de tratamento e de ajuda competente e adequada.

– É uma doença química: Pelo fato de que a dependência é provocada por uma reação química no metabolismo do corpo. O álcool, embora a maioria das pessoas o separe das drogas ilegais, é uma droga tão ou mais poderosa em causar dependência em pessoas predispostas, quanto qualquer outra droga, ilegal ou não.

– É uma doença interna e não externa: A causa básica e única é o uso do produto, mas existem fatores internos inerentes ao organismo, que atuam ao mesmo tempo direta e indiretamente e que contribuem para a instalação da doença, provocando uma predisposição física e emocional para a dependência. As expressões externas de uma dependência, como uma série de problemas sociais (pressão de grupo, moda, fome e miséria), familiares (falta de diálogo com os pais), sexuais, profissionais, emocionais (ansiedade, culpa), etc., não são as geradoras da dependência química e sim conseqüências de um determinado estilo de vida./

– É uma doença progressiva: A lógica da interrupção desse processo destrutivo é não usar mais a droga, caso contrário a tendência é piorar com o passar do tempo.

– É uma doença crônica incurável: Uma vez dependente químico, sempre dependente, indiferente de estar ou não em recuperação, usando ou não usando algum tipo de droga. Não há cura para a dependência; existe sim tratamento com êxito – contínuo e permanente.

– É uma doença controlável: Mesmo que não se possa usar o álcool ou outras drogas de maneira “social” ou “recreativa”, o dependente, se aceitar, e realmente se empenhar no tratamento, poderá viver muito bem sem a droga e sem as conseqüências negativas do seu uso freqüente.

Tratamento do Alcoolismo

A dependência de álcool, droga mais popular, atinge 12% dos adultos brasileiros e responde por 90% das mortes associadas ao uso de outras drogas. Ou seja, o álcool mata muito mais do que as drogas ilícitas. Apesar de ser uma doença sem cura, o alcoolismo pode ser totalmente controlado. O Brasil tem milhares de instituições de ajuda ao usuário de álcool com problemas. Elas atuam com prevenção, tratamento e ações de redução de danos.

O modelo de prevenção mais comum é a educação afetiva. Nessa abordagem, valorizar a autoestima do paciente, ensiná-lo a controlar sua ansiedade e ajudá-lo a recuperar a capacidade de decidir e se relacionar é mais útil do que enfatizar as consequências negativas do abuso de álcool. Nesse sentido, as palestras são ferramentas educativas importantes, pois trazem informações e funcionam como um espaço reservado à reflexão.

Quando o abuso de álcool se torna um problema que interfere na dinâmica familiar, na participação social e nas atividades de trabalho, o tratamento indicado ainda é o voluntário. Ou seja, somente com a concordância do paciente. Segundo os Alcoólicos Anônimos, a decisão de optar por se tratar pode demorar, mas só pode ser tomada pelo próprio alcoólatra. A psicoterapia, individual, familiar ou em grupo, é a forma de tratamento mais comum. No método dos 12 passos, por exemplo, usado pelos Alcoólicos Anônimos, os veteranos que já pararam de beber dão conselhos a quem quer interromper o vício. Em reuniões abertas ou fechadas, cada um relata como foi parar ali e descobre como sua história é parecida com a de todos os outros. O sucesso do tratamento é atribuído a essa franca troca de experiências.

Em geral, espera-se que a família participe e apoie o tratamento. Em alguns lugares, há também assistência religiosa. Para os casos mais graves, algumas instituições fazem internações terapêuticas, outras fazem apenas atendimento ambulatorial.